Economia
Região Norte bate recorde no consumo de energia
Temperatura puxa consumo para cima em toda Região, mas Rondônia tem impacto também de aumento da base de clientes ligados na rede e das atividades no segmento rural
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou, nesta quinta-feira (20), que o consumo de energia na Região Norte do país bateu recorde na quarta-feira (19). A quantidade de energia consumida neste dia alcançou 6.778 MW, o equivalente a aproximadamente o dobro da produção de um mês de uma usina hidrelétrica do porte de Jirau. O volume é cerca de 4% maior do que o registrado em maio de 2017, o marco anterior, quando o consumo havia alcançado 6.748 MW.
De acordo com o gerente de Operações da Energisa Rondônia, Carlos Alexandre de Oliveira, o resultado deve-se principalmente ao forte calor registrado na região nos últimos dias. Antes da frente fria que chegou nesta quinta-feira, a região vinha registrado temperaturas em torno de 40 graus. A temperatura, porém, não explica todo o aumento de consumo em Rondônia. Oliveira lembra que, no primeiro semestre do ano, o número de novos clientes aumentou 2,4% e o consumo, apesar da pandemia, avançou 1,7%. No segmento rural, que é um dos principais motores da economia de Rondônia, o número de clientes da classe rural avançou 6,6%. “Rondônia conseguiu manter uma taxa de crescimento acima da maioria das outras distribuidoras do Grupo Energisa, que está presente em 11 estados. Apenas a Energisa Mato Grosso cresceu mais do que nosso estado”, afirma.
Oliveira explica que o ONS é responsável por colocar em operação as diversas fontes de energia existentes no Brasil e abastecer o Sistema Interligado Nacional (SIN), por onde circula a maior parte da eletricidade consumida em todos os estados. Essas fontes são as grandes e pequenas centrais hidrelétricas (PCH), as usinas termelétricas a gás, carvão e nucleares, e as produtoras das novas fontes renováveis, como eólica e solar. As elevadas temperaturas e os baixos índices pluviométricos, porém, afetam a vazão dos rios e a produção de hidrelétricas e PCH’s e têm exigido uma gestão ativa de todos os agentes do setor: produtores, transmissores e distribuidoras. “Uma das vantagens do Sistema Interligado é a segurança que ele oferece aos consumidores de todo o país. Quando uma região consome mais energia, a outra supre a demanda. A ONS é a responsável por reger essa orquestra em nível nacional”, resume, lembrando que antes dessa integração, uma seca em uma região acarretava necessariamente falta de energia, o que não ocorre hoje, porque a produção de outras regiões supre as necessidades.
Tamiris Barcellos Ribeiro Garcia |
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